quinta-feira, 22 de maio de 2008
SILVIO AYMONE GENRO
SILVIO AYMONE GENRO
Nasceu em Uruguaiana, ao sol forte da fronteira e cantos de cigarras, num verão do ano de 1954. Segundo filho de Breno da Silva Genro e Maria Ely Aymone Genro, pequenos produtores rurais, irmão do Eng° Agrônomo Dr. Edison Genro, primeiro poeta e declamador da família.
O Pata de Piola de franja e chupeta...
ENTRE PARENTES Silvio Genro
Do VÔ XIRÚ guardo a estampa, com seu lenço maragato...
Da VÓ MILETA, o sorriso silencioso dos retratos.
A TIA BRÍGIDA tinha, santas mãos abençoadas
Pra fazer doce caseiro e afagar a filharada!
TIO CHICO sempre trazia, junto com a alma pura,
Um brilho feliz nos olhos, qual piá que fez travessura!
TIO JUCA nos ensinava, entre uma prosa e um mate,
Como se faz uma "cincha" tornar-se obra de arte!
Da TIA JURACÍ recordo, quanta ternura que tinha
Seus carinhos e agrados, com cuidados de madrinha...
Do TIO INÁCIO eu lembro, o forte aperto de mão...
-Um gesto que denuncia os que têm bom coração!
Do TIO MÁRIO só me resta, escassos "recuerdos" vagos
E a mesma sina de poeta de beber a vida aos tragos!
Do velho BRENO herdei, o encanto dos cataventos
E o mesmo par de olhos grandes pra enxergar alma adentro!
SE ESTAMOS ENTRE PARENTES
NUNCA NOS SENTIMOS SÓS...
-HÁ UM POUCO DE CADA UM
SEMEADO EM TODOS NÓS!
Foi guri campeiro e aprendeu a "acolherar as letras" com professora de campanha durante a infância vivida entre os horizontes largos de Plano Alto, 3° Distrito do Município de Uruguaiana, o que explica seu profundo amor às nossas raízes e também as asas ágeis de sua poesia social e libertária.
Entre os nove e dez anos, já demostrava gosto pela música, construindo seu primeiro "instrumento musical": Uma violinha de caixa de goiabada, com cordas feitas de quatro fios da cola de algum matungo... Primeira manifestação de sua vocação artística para orgulho do pai Breno Genro, apreciador entusiasmado da arte de Teixeirinha no Rio Grande do Sul e de Sílvio Caldas em âmbito nacional. (Daí explica-se também a escolha do nome "Silvio", feita pelo pai...)
A visão maior de mundo veio da metamorfose de saberes vivenciada nos tempos de internato no "Colégio dos Padres", o centenário Colégio Santana. Foi lá que aprendeu com o colega e mestre Mário Barbará, as primeiras lições de composição e a "arranhar" algumas notas no violão ganho do padrinho Domingos Aymone como presente de quinze anos, com a condição de tocar a "Milonga do Calaveira" de Luiz Menezes.
Era época dos Festivais Estudantis e é desse tempo a primeira "obra" com sotaque romântico e forte influência da "Jovem Guarda", Beatles e cia...
LÁGRIMAS ESTRANHAS
LAGRIMAS ESTRANHAS
SÃO AS QUE AGORA EU ESTOU A CHORAR...
NÃO SEI SE É DE SAUDADE
OU DE FELICIDADE POR VOCÊ NÃO VOLTAR
LÁGRIMAS ESTRANHAS PORQUE EU
NÃO AS CONSIGO ENTENDER,
SERÃO DE ESPERANÇA
OU TALVEZ DA LEMBRANÇA
QUE EU TENHA DE VOCÊ...
Época também, da militância na política estudantil através da "UEU", União Estudantil Uruguaianense, naqueles árduos e bons tempos da juventude inquieta e contestadora das décadas de 60 e 70.
É desse tempo também a vontade de tocar contra-baixo (Loucura patrocinada pelo primo Tasso Lopez) e juntamente com o "Gordo" Brites, o"Louco" Íris Valls F°, "Magro" Cássio Lopes, Carlos Eduardo "Masca-cueca" Félix, grupo de amigos e colegas de escola, formarem "Os Mutnik's", uma meteórica banda musical que consumiu meio ano de ensaios até sua estréia e não sobreviveu a mais que duas apresentações em festas colegiais.
O espírito crítico, idéias e ideais, amadureceram ao longo dos cursos de Estudos Sociais e História, através das lições de vida compartilhadas no fértil convívio acadêmico da FAFIUR, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Uruguaiana.
Do primeiro matrimônio é pai do Eng° Agrônomo Silvio Júnior e da Profª Luciana e avô da Rafaele e Fernanda. De sua segunda união, com Clarice Ramos, é pai da Elis.
Foi artesão "hippie" na década de setenta, sua primeira atividade remunerada e após, operário de indústria por um longo tempo, época em que também dedicou-se as artes plásticas e ao desenho principalmente. Foi assim , através dos "Salões de Artes" que começou a sua participação nas Califórnias da Canção. Só mais tarde, a partir da 7ª edição do festival (1977), estreou como compositor nativista pelas mãos do "Grupesquisa", Armando Vasques, Domingos Scelzo, Valdir Santana e João Chagas Leite, com a composição "Tempos de Seca", logo premiada como música Mais Popular Do Festival.
A partir de 1983 inicia carreira como intérprete de composições de sua autoria e parceiros, especialmente as de maior apelo popular, formando junto com Caio Silva, Getulio Rodrigues, Mauro Greco, Cleber Soares e Marcelo Quadros o "GRUPO MACANUDO", com o qual conseguem várias premiações de "Música mais Popular" e chegando a atingir o sucesso junto ao grande público dos Festivais Nativista do Rio Grande do Sul e Brasil, culminado com um convite da Rede Globo para apresentação em São Paulo, no Programa SOM BRASIL comandado por Lima Duarte, com uma audiência de mais 15 milhões de telespectadores espalhados pelo Brasil .
Nos últimos anos exerce a profissão de professor em escolas públicas de Uruguaiana, paralelamente as suas atividades artístico-literárias. Como poeta, músico, compositor e jurado, tem mais de vinte e cinco anos de participações no movimento cultural nativista do Rio Grande do Sul, tendo vencido diversos festivais do gênero e premiado em outros tantos, entre eles, foi ganhador da Calhandra de Ouro na 25ª Califórnia da Canção Nativa (Ver Coluna Premiações).
Na atualidade, faz parte como artista convidado das Confrarias "Do Verso" e "do Funcho", ambas formadas por grupos de amigos, poetas, músicos, artistas e apreciadores das artes em geral, com reuniões artístico-culturais semanais e participações em eventos do gênero que acontecem pelo Rio Grande de Sul.
Seja como Poeta ou Professor, seu trabalho consciente e crítico nas áreas de educação e cultura sempre denunciou uma profunda vocação, teimosia até, em apresentar-se como agente de transformação da sociedade através de tudo o que aprendeu a ver, ouvir, pensar e sentir a respeito do seu tempo, do seu lugar e da sua gente.
Busca: NO "SAITCHÊ"...
PERGUNTAR NÃO OFENDE...
Em 2007, a canção "DE CHIBO E FRONTEIRA" (Silvio Genro, Fonso Jaques e Alemão Goulart) foi eleita pelo público como a "MAIS POPULAR " da Califórnia da Canção em Uruguaiana. QUANTAS VEZES SILVIO GENRO JÁ RECEBEU ESSA PREMIAÇÃO NESSE MESMO FESTIVAL?
TRÊS VEZES
CINCO VEZES
DUAS VEZES
QUATRO VEZES
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24/02/2008
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MAPAS-silvio genro
CONHEÇO TEUS BECOS,
CADA RUA TUA,
TAL QUAL AS LINHAS
DA MINHA MÃO...
SEI DE COR OS MAPAS
DOS TEUS MISTÉRIOS
E O ENDEREÇO
DO TEU CORAÇÃO.
.............................
CONHEÇO TEU ROSTO
DE CIDADE HUMANA
E A TERNURA URBANA
DOS MAPAS DA VIDA!
CONHEÇO TUA ALMA,
MINHA AMIGA ANTIGA,
ALDEIA QUERIDA...
AMADA URUGUAIANA!
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RECORDAÇÕES
Recordo os tempos de juventude
E dos amigos que compartilharam
Nossa jornada no mundo das letras.
Silvio já cantava tuas modinhas
E a gente do Projeto Rondom
Compartilhava.
Mas hoje recordo
Esse colega famoso.
Que faz de seu canto
Um hino de amor
A Terrinha Querida.
Uruguaiana.
A vida é feita de encontros
Espero que a vida possa
Nós propiciar novamente
Um novo reencontro
Para podermos saborear
As delicias de tuas poesias
E ouvi-lo cantarolar
Tuas musicas.
Até breve.
Amigo Silvio Genro!
Um grande abraço.Vera Salbego
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