sábado, 17 de maio de 2008

Morre a escritora Zélia Gattai


Morre a escritora Zélia Gattai






RIO - Morre a escritora Zélia Gattai, no Hospital da Bahia, em Salvador. A notícia foi divulgada por seu filho, às 16h45.


A viúva de Jorge Amado foi internada no dia 30 de março, no Hospital Aliança, com quadro de insuficiência renal por causa de infecção urinária, tendo sido posteriormente transferida para o Hospital da Bahia.







Biografia


Filha de imigrantes italianos e caçula de cinco irmãos, Zélia Gattai nasceu no bairro Paraíso, em São Paulo, em 1916. Sempre ativa, Zélia participou, desde cedo, de movimento político-operário anarquista, junto a diversos imigrantes italianos, espanhóis e portugueses conhecida como "Colônia Cecília".


Aos 20 anos, Zélia se casou com Aldo Veiga, militante político ligado ao Partido Comunista. Graças à união, conheceu renomados intelectuais como Oswald e Mario de Andrade, Tarsila do Amaral e Vinícius de Moraes. Do casamento, que durou até 1945, nasceu, em 1942, o filho do casal, Luís Carlos.


No ano de sua separação, conheceu o escritor Jorge Amado, de quem já era admiradora. Zélia passou a trabalhar a seu lado, em favor dos presos políticos. Alguns meses depois, casaram-se, originando uma das mais duradouras e prolíficas uniões da literatura brasileira.


Em 1947, já no Rio de Janeiro em função da nomeação de Jorge Amado para a Câmara Federal, Zélia deu à luz ao filho João Jorge. Um ano depois, com a entrada do Partido Comunista para a clandestinidade, a família teve que se exilar em Paris, onde viveram por três anos. Na cidade da luz, Zélia Gattai fez cursos de Civilização Francesa, Fonética e Língua Francesa na Sorbonne.


Durante o período em que viveram na Tchecoslováquia nasceu a filha Paloma, e o seu amor pela fotografia. Zélia tornou-se, então, responsável pelo registro, em imagens, de cada um dos momentos importantes da vida de Jorge Amado e de sua família.


Com o retorno ao Brasil e a Salvador, em 1963, Zélia se dedicou cada vez mais ao seu laboratório de fotografia, na casa do Rio Vermelho. A consagração de seu trabalho veio com o lançamento da fotobiografia de Jorge Amado intitulada “Reportagem Incompleta”.


Romancista e memorialista

Contadora de histórias por vocação, Zélia começou a escrever aos 63 anos e até hoje brinca com o fato de ser chamada de escritora, mesmo depois de ter sido eleita imortal da Academia Brasileira de Letras.

Seu primeiro livro, o romance "Anarquistas, graças a Deus", é um relato da vida dos imigrantes italianos na São Paulo do começo do século. Em 1982, Zélia publicou Um chapéu para viagem, no qual conta histórias sobre o fim da Segunda Guerra Mundial e a redemocratização do país.

Memorialista consagrada, após a morte de Jorge Amado, Zélia Gattai se dedicou ao resgate das histórias de sua vida com o escritor baiano. Em “Um Baiano Romântico e Sensual” e “Códigos de Família”, a escritora lembra o período na casa do Rio Vermelho. A romancista também escreveu livros para o público jovem.



Ao lado de Jorge, Zélia viveu 56 anos, mas depois da morte de Jorge, Zélia achou que não fazia mais sentido ficar ali e decidiu abrir a casa para a legião de amigos e admiradores do escritor.


Livros publicados


1979 - Anarquistas, Graças a Deus (memórias) 1982 - Um Chapéu Para Viagem (memórias) 1984 - Senhora Dona do Baile (memórias) 1987 - Reportagem Incompleta (memórias) 1988 - Jardim de Inverno (memórias) 1989 - Pipistrelo das Mil Cores (literatura infantil) 1991 - O Segredo da Rua 18 (literatura infantil) 1992 - Chão de Meninos (memórias) 1995 - Crônica de Uma Namorada (romance) 1999 - A Casa do Rio Vermelho (memórias) 2000 - Cittá di Roma (memórias) 2001 - Códigos de Família 2002 - Um Baiano Romântico e Sensual


Prêmios e títulos


1979 - Prêmio Paulista de Revelação Literária 1980 - Prêmio da Associação de Imprensa 1980 - Prêmio McKeen 1980 - Troféu Dante Alighieri 1987 - Medalha Castro Alves, concedida pela Secretaria de Educação do Estado da Bahia 1988 - Troféu Avon, como destaque da área cultural 1988 - Prêmio Destaque do Ano, pelo livro Jardim de inverno 1994 - Prêmio Alejandro José Cabassa, da União Brasileira de Escritores, pelo livro de memórias Chão de meninos 2001 - eleita para a Academia Brasileira de Letras, para a cadeira 23 2001 - eleita para a Academia de Letras da Bahia e para a Academia Ilheense de Letras

[ 17:03 ] 17/05/2008

ISTA CHORA!!!

Se eu Pudesse...


Se eu Pudesse...



By Vera Salbego



Se eu pudesse transformar o mundo
Faria da bomba atômica
Um bálsamo para a Paz.


Se eu pudesse faria deste mundo
Um mundo mais colorido e musical.

Transformaria a poluição.
Em pássaros ofertando música

à nossa alma.

Se eu pudesse...
Daria liberdade a todos.
Se tudo dependesse de mim.

O mundo seria só amor e poesia.

Não existiria violência.

Todos se dariam as mãos.

Se eu pudesse...

Faria deste mundo, pétalas de rosas.
Exalando perfume de felicidade

POESIA



Meu nome é Jussara, nome artístico jÜjÜ Martins,atualmente sou acadêmica de DIREITO cursando o 5º ANO (UFA !!!), por enquanto prefiro a área do trabalho e direito autoral.

Atuo em várias áreas da arte – Poesia,Música e Teatro -
nas quais sou respectivamente:

Poetisa, vocalista,compositora,letrista e cavaquinista,Iluminadora, administradora e compositora/letrista.

No orkut, tenho duas comunidades litero-artísticas, a saber:

Com que verso eu vou ? – que promove eventos culturais, estimulando e incentivando os parceiros na efetiva agitação cultural da comunidade.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=19009099

Portal da Boemia ( Na TRILOGIA: MÚSICA,TEATRO e POESIA)
que visa juntar os artistas para uma interação dessas artes.
http://www.orkut.com/Community.aspx?cmm=24537152
Cujo objetivo é formar parcerias poeta-musico-teatrais

Bem, por enquanto é só.

Efigênia Coutinho


Efigênia Coutinho (Mallemont) AVSPE


--------------------------------------------------------------------------------

Nascida em Petrópolis - RJ

Formada em Artes, se especializou em Tapeçaria de TEAR, buscando os seguimentos Indígenas e sua História Natural,tendo participado de várias exposições.

Em 1977 foi residir em Florianópolis SC, e há três anos mudou-se para Balneário Camboriú -SC - 1999 -

" Não sou poeta, apenas desenho sentimentos"
E.C.


--------------------------------------------------------------------------------

A poesia surgiu em minha vida ainda nos sonhos de adolescente, quando menos esperava , lá estava eu com o papel e a caneta na mão, extravasando a minha emoção...Com o passar dos anos, acho que fui me perdendo, esquecendo de como era gostoso embarcar nesta viagem.

Não segui carreira ligada ao mundo das letras, e pouco conhecimento tenho de Literatura. Escolhi Artes como profissão, mesmo sem haver retorno financeiro, pois nada se compara aos tesouros da alma.

Este dom maravilhoso de escrever ficou hibernado durante muitos anos, e como na vida nada acontece por acaso, foi em um desses acasos, da paixão pela arte da poesia, que ressurgiu a poetisa. Percebi que existiam em mim sentimentos que extasiavam meu coração, mas a única forma de vivenciá-los era através de palavras. Meu estilo preferido é o lírico, onde escrevo sobre as inquietações do coração, mas também adoro o erotismo, estimula a minha libido.

O incentivo para continuar a escrever surgiu em Junho/1989, quando tive uma das minhas poesias, editada pelo grande poeta VALDEZ, para divulgar o meu trabalho em seu Site.

O reconhecimento e o carinho que recebi de algumas pessoas que me enviaram mensagens foi algo realmente muito gratificante e estimulante. Comecei a ver meus poemas espalhados pela internet em sites de poesias, e aos poucos nasceu o desejo de ter o meu próprio espaço. E assim ,aprendi Webdesigner com Geraldo Azevedo e sua esposa Isabel, a melhor Webdesigner que já conheci até hoje. E surgiu este site: dedicado a vocês,Poetas e amantes da poesia!

Neste espaço cultural, de forma transparente. posso abrir as janelas do meu coração e espalhar ao mundo meus sentimentos, sonhos e fantasias em forma de poemas. A poesia para mim, é um desafio da alma, às vezes apenas um sonho, ou simplesmente pura ilusão! Ela me leva para onde desejo estar, e as fronteiras são muito fáceis de ultrapassar... apenas palavras!

A vida tem sido muito generosa comigo, me deu uma família linda, amigos maravilhosos, reais e virtuais!! A experiência mais agradável que a poesia me proporcionou foi me redescobrir na alma!
Vou seguindo os caminhos que o meu coração ditar.

Efigênia Coutinho

Balneário Camboriú

Odete Ronchi Baltazar


Odete Ronchi Baltazar



Rio Maina das minhas lembranças




Como é doído voltarmos ao lugar em que passamos a infância depois de alguns anos e ver que tudo mudou e nada está como em nossa memória!

É claro que o progresso chega em todo lugar e isso é mais do que esperado, mas o sentimento que me assombrou tomou-me de supetão e me deixou com um nó garganta foi ver que não havia mais a casa em que morei durante tantos anos como pensava que a veria quando voltei ao Rio Maina.

Eu a tinha ainda gravada na memória com seu pequeno jardim, a varanda, as janelas azuis, o quintal grande, o mato atrás de casa, o pomar. Eu ainda corria por todos aqueles lugares e, de repente, vi no lugar da minha casa, uma loja de bicicletas. Mas como? Tive que piscar várias vezes e sair do transe hipnótico em que fiquei.

Fiquei perdida. Já não conseguia atinar com a vizinhança.

Onde meu balanço na árvore antiga? Onde a dona Rosa, nossa vizinha de porta? Dona Ester? A padaria do tio Zidoro? A oficina? A figueira onde eu ficava esperando o ônibus para ir ao colégio? E o prédio da minha nona? E os meus primos? O Toninho? O Tite? O Nené...
Onde todos da minha infância?

Eu fiquei suspensa como num filme, em stand by, naqueles dias de escola, de uniforme de pregas azul marinho, com as amigas a tagarelar pela rua do cine Guarani ou da casa de ferragens, da venda do seu Artur... A estrada de paralelepípedo... E o som dos meus passos no passado se aquietaram.
Todos perdidos no avançar inexorável dos anos.

Eu também havia mudado. Mudei de casa, de cidade. Mudei-me no mundo. Como é que eu queria que ficassem esperando sentados por mim?

É que a menina que queria sua infância de volta, continua a mesma...


(17 de maio/2008)
CooJornal no 581


--------------------------------------------------------------------------------

Odete Ronchi Baltazar,
escritora e poeta
Florianópolis - SC
odeterb@terra.com.br

FATOS MARCANTES DA VIDA DO PROFESSOR

No ano de 1997, em uma escola de Guaíba, ocorreu um fato, que muito me emocionou. Um senhor dos seus 52 anos fazia o ensino médio noturno, só que em sua turma o aluno mais velho era ele e a gurizada “zoava”, faziam bagunça e colocavam apelidos no pobre homem.

Este senhor aborrecido com a diferença de idade e com as brincadeiras feitas pelos colegas adolescentes, parou de freqüentar a escola. Ao retornar naquela turma, percebi a ausência daquele aluno que, mesmo com suas restrições, pedia gentilmente explicações da matéria com muito interesse e vontade de aprender, mesmo sem estudar há vinte e cinco anos. O retorno à escola, para concluir os estudos, era uma exigência da empresa na qual trabalhava. Perguntei à turma e os alunos informaram que o Sr. Rodrigo tinha parado de estudar devido ao conflito de gerações. Conversei então com os alunos sobre o comportamento da turma e os fiz perceber que aos 52 anos de idade ele teria muita dificuldade em conseguir outro emprego, já que no atual estava há quinze anos. A turma apresentava um comportamento displicente e desvinculado das necessidades humanas. Foi o momento de pararmos e fazermos juntos uma grande reflexão sobre o respeito às diferenças. A partir daí, a turma resolveu ajudar o Sr. Rodrigo a retornar para concluir seus estudos.

Fui até a secretaria da escola e obtive o endereço do aluno e me dirigi para lá. Chegando em sua residência, o mesmo surpreendeu-se com minha visita. Assim, me fiz presente na vida de seu Rodrigo, conversamos durante horas sobre a importância dos estudos e de seu retorno à escola. Ele , concordou e agradeceu humildemente a minha visita e emocionado, sentiu que alguém se importava com ele. Naquele momento, percebi o quanto aquele gesto meu foi importante para aquele aluno, pois dei a segunda chance dele crescer como cidadão e pessoa humana.

Ao voltar a sua turma, os colegas modificaram suas atitudes e seu Rodrigo passou a ser um grande companheiro daqueles adolescentes, aconselhando-os em seus problemas cotidianos.

Vejo, hoje, a importância daquela atitude que deixou em meu coração uma mensagem maior do dever cumprido.

No final do ensino médio, aquela turma me escolheu como paraninfa, motivo de orgulho e emoção, ao chegar acompanhando-os na grande noite da FORMATURA. Os nomes foram sendo chamados e, de repente, o aluno Rodrigo aproxima-se do palco para receber seu diploma e eu o entrego chorando de emoção. Parabéns, aluno Rodrigo. Você venceu esta etapa de sua vida.

Vera Lucia Martins Salbego
Professora/Poetisa/Escritora/Ativista Cultural

sexta-feira, 16 de maio de 2008


PRÓ-CULTURA TEM MARCADO PRESENÇA NA FEIRA DO LIVRO
O PRÓ-CULTURA JÁ TEM MARCA REGISTRADA NA FEIRA DO LIVRO DE GUAÍBA.BUSCANDO SEMPRE VALORIZAR OS ESCRITORES DA CIDADE,MANTEVE CONTATO COM A SECRETARIA DE TURISMO E CULTURA TENDO O APOIO E ESPAÇO PARA DIVULGAR OS TRABALHOS DOS ESCRITORES DE GUAÍBA RS.EM 2008,NÃO SERÁ DIFERENTE.DE 13 A 18 DE MAIO,NA ESTANTE DO PRÓ-CULTURA HAVERÁ ESPAÇO PARA OS ESCRITORES DA CIDADE E LIVROS VOLTADOS A LITERATURA GAÚCHA.ALÉM DE LIVROS,O PRÓ-CULTURA TEM DADO SUA CONTRIBUIÇÃO NA FEIRA COM PROPOSTAS DE PALESTRAS,OFICINAS E ENCONTROS,SEMPRE BUSCANDO VALORIZAR A ARTE DA CIDADE.EM 2007 OCORREU O ENCONTRO DOS ESCRITORES DA CIDADE.




MOMENTOS NA FEIRA DO LIVRO MAIO 2008


OS POETAS LUIS CORONEL E VERA SALBEGO NA FEIRA DO LIVRO DA CIDADE DE GUAÍBA RS.

quarta-feira, 14 de maio de 2008


LEILA MICCOLIS
"tenho a impressão de que escrevo para metabolizar a vida"
ENTREVISTA PARA O SITE INTERPOÉTICO.






por Graça Graúna

Quando Cida Pedrosa incumbiu-me de fazer uma entrevista com Leila Miccolis para publicar na INTERPOÉTICA, veio a recomendação de apresentá-la em março: mês dedicado a mulher. Confesso que tremi diante do desafio, tanto que me sinto um ser privilegiado pela grande oportunidade que é de trocar algumas idéias com uma das mulheres mais criativas de que se tem notícia no panorama da atual literatura brasileira. Tenho a honra de apresentar uma das faces da literatura que tem a marca da teimosia e da qual faz parte uma argila pensante: Leila Miccolis – mestre em teoria literária, escritora comprometida com o social e não poderia ser diferente, pois esta é uma de suas características mais acentuadas; um fazer literário de mulher que ama a vida, que busca seu lugar no mundo e que sabe eternizar sua inquietação na história da inteligência deste país.

Para saber mais de Leila Miccolis, é importante visitar um de seus habitats na Internet, onde atualmente e já há bastante tempo ela divide com o poeta Urhacy Faustino a responsabilidade de manter o Portal Blocos, que tem o selo da UNESCO e é um dos mais visitados no mundo literário; mundo este em que ela não para de refletir também sobre os direitos da criança, os direitos da mulher, direitos autorais, isto é, direitos humanos... entre outras questões que transcendem os chamados temas transversais.

Em suas andanças, teve a oportunidade de conhecer Recife onde esteve na década de 80; ela diz que essa terra só traz belas recordações e acrescenta: “amo-a profundamente, minha alma é baiana, por parte de mãe, e pernambucana, de coração”.

Nunca é demais agradecer à Cida Pedrosa pela alegria que me proporcionou ao convidar-me para fazer esta entrevista e à Leila, também, pelo carinho e atenção; pois em meio a tantos fazeres, Leila ainda arrecadou um tempinho e enviou (no dia 20 de fevereiro de 2008, à noite) o seguinte e-mail para mim: “Querida, uma bela entrevista - nem podia ser diferente, partindo de você. É raro, através das perguntas, o entrevistado rever sua vida, fazer uma espécie de reflexão sobre ela. E você, habilmente, conseguiu isto de forma notável”.


GRAÇA GRAÚNA: comecemos pela chamada poesia social ou engajada, mas sem deixar de lado o lirismo. Em sua poesia é nítida a voz de mulher que está à frente de seu tempo. Explique essa história, por favor.

LEILA MICCOLIS: Sempre me revoltei com o jogo de aparências e com a hipocrisia da relação familiar ou a relação a dois. E minha poesia questiona esses papéis sociais impostos, manipuladores, responsáveis pela internalização da submissão, da castração, da culpa e da baixa estima feminina. Minha poesia sempre reagiu contra inúmeras regras preconceituosas que nos são ensinadas no comportamento diário como verdades eternas e imutáveis, e que são tão comuns, nos parecem tão “naturais”, que nem as questionamos. Este é meu alvo principal: a violência inconscientemente consentida, porque nem percebida é, muitas vezes, de tão sutil e arraigada em nossos hábitos e costumes. A primeira parte de minha obra é bastante agressiva; depois, passa a ter mais humor, maior ironia... embora continue ferina. Por isto, eu discordo quando “classificam” minha poesia de sensual: ela pode até falar de cama, mas não enfoca propriamente o sexo libidinoso, e sim critica os padrões convencionais que servem, principalmente, de instrumento de controle social.


Na década de 80, você esteve no Nordeste do Brasil e teve oportunidade de lançar a Antologia Mulheres da Vida, mas sofreu com o preconceito literário em torno dessa antologia. Fale do que aconteceu com você.

O incidente ocorreu no Ceará, e o interessante é que o preconceito partiu das próprias livrarias locais: naquela época o título causou muita polêmica, e os livreiros acharam que a antologia podia prejudicar-lhes, macular a seriedade da imagem comercial. Para piorar, algum afoito jornalista que não tinha lido o livro e nem mesmo visto o nome das autoras, publicou uma matéria afirmando se tratar de um livro em que dez prostitutas falavam de suas vidas. Foi a gota d’água, porque só atualmente esse tipo de livro tem espaço e divulgação na mídia; na década de 80, livraria “que se prezasse” queria apenas vender obras intelectualizadas (mesmo que pseudo-intelectualizadas... rsss...). Depois de várias recusas, desanimada, falando por telefone com uma das participantes, a escritora natalense Socorro Trindad, ela sugeriu que eu lançasse a obra em um bordel, já que, por lá, nossa fama era essa... Gostei da idéia e autografei o livro no “Cabaré Estrela do Oriente”. O lançamento transformou-se em um dos maiores sucessos de público e de venda de toda a minha carreira, com a presença de todas as mídias, uma verdadeira multidão, inclusive autoridades ligadas à Secretaria da Cultura, pois a noite de autógrafos transformou-se em uma manifestação, um manifesto vivo. Creio, porém, que o mais bonito de tudo foi a postura da dona do bordel e das mulheres que trabalhavam na noite, que souberam valorizar o livro de uma forma que, até hoje, me emociona quando lembro (fiz uma crônica sobre esse respeito enorme, carinhoso e comovente que recebi por parte delas: “Recuerdos do Ceará”). Foi um fantástico aprendizado não só dentro do meu ofício, mas uma maravilhosa lição de vida muito mais ampla.


O seu trabalho com a palavra vem de longas datas. Você escreveu mais de trinta livros, é autora de teatro e novela. Como vê a relação entre literatura e direitos humanos?

Os direitos humanos perpassam minha poesia o tempo todo, inclusive aborda o direito das crianças (um dos maiores elogios que já recebi foi de uma menina de oito anos que identificou meu poema em meio a de vários outros autores e respondeu à professora explicando que sabia que era meu, porque eu era a única que defendia os direitos das crianças). Porém, em âmbito mais restrito, há um direito que os próprios escritores transgridem constantemente ou nem dão valor: é necessário lembrar que os direitos humanos envolvem também os direitos autorais, a legalização da profissão do escritor (temos o direito de viver do prazer de escrever), o respeito que se deve ter de, pelo menos, pedir autorização para copiar gratuitamente algum trabalho alheio, e o firme propósito de não se promover o tal do “autor desconhecido”, porque, mesmo desconhecido e sem o devido crédito (desa-creditado, portanto) esse autor existe, e está sendo lesado, simplesmente ignorado em seus direitos humanos inalienáveis.


Dos livros que escreveu de qual ou quais você mais gosta? Na verdade, quero saber o que você pensa da sua literatura.

Sobre meus livros, acho que gosto de todos (embora seja um amor diferente por cada um deles) até mesmo do primeiro (levei anos exorcisando-o), mas que, de alguma forma, já continha o gérmen da minha poesia contestadora. Cada um deles, ao seu modo, me foi marcante e único. Quanto ao que eu penso sobre minha literatura, sei que ela incomoda ainda bastante e que continua causando, muitas vezes, profundo estranhamento nas pessoas. Porém esta desfamiliarização é inerente à linguagem poética: ironicamente, as metáforas têm o poder de provocar reflexões mais objetivas e ensejar reações mais rápidas. Talvez, por isso, a poesia seja tão temida e ameace tanto – tem sempre quem anuncie sua morte... É que ela pode provocar transformações drásticas com a rapidez de um raio ou de um flash, por sua concisão, sua intensidade dramática, por sua ação fulminante.


Qual foi o primeiro livro (escrito por homem ou mulher) que você leu acerca do universo feminino e até que ponto essa leitura contribuiu para a sua descoberta no campo da chamada literatura marginal?

Uma ótima pergunta, nunca pensei nela. Deixe-me ver... sempre li muito, principalmente literatura estrangeira, na juventude. Recordo-me da impressão que me causou Lin Yutang falando da condição das mulheres chinesas (“Peônia Rubra”, “O portão vermelho”, “Momento em Pequim”). Que me lembre ele foi o primeiro autor a acender em mim, aos treze anos, a centelha que me levaria a refletir sobre a condição da mulher, em sua trajetória submissa e/ou insubmissa. Também teve Proust (“A Caminho de Swan”) – vejo Swan como um personagem que não se dobrava a convenções e que, mesmo em um ambiente hipócrita, consegue resguardar seus valores mais nobres; e, ainda, Madame Bovary, de Flaubert. No Brasil, Érico Veríssimo me arrebatou com suas figuras femininas, desde Clarissa a Ana Terra – a última marcou-me emocionalmente bastante, pela sua força, garra e coragem. Bem depois apareceram em minha vida Beauvoir e Sontag – amo ambas – mas, antes de lê-las, minha poesia já tematizava padrões de comportamento.


Quintana dizia que um poeta deve escrever como se fosse o último ser vivente e não pensar o que pensarão os outros. Como você traduz isso, ressaltando o papel da mulher?

Vejo assim: mesmo quando você não pensa no que pensarão os outros, dentro do seu texto já há um leitor implícito ao qual você se dirige (só diário é que a gente escreve para si mesmo...). Saber então quem é esse público me parece bastante importante; mas concordo que não pode ser a parte principal no processo criativo, principalmente em se tratando de literatura escrita por mulheres, já tão atreladas a repressões e medos de que sua vida pessoal seja confundida com sua obra ficcional. Até hoje as pessoas ainda não entendem muito bem a primeira pessoa poética e confunde-a com a da autora (o episódio do Mulheres da Vida contado acima é uma mostra disso). Já houve autoras que escreveram sob pseudônimo – Colombina, por exemplo –, para que este limite fosse rigorosamente respeitado. Então, romper com esta espécie de barreira me soa imprescindível, porque, se você tiver medo do que os outros pensam ou pensarão de você ou do que você escreve, você acaba tolhida e restrita a visões contemplativas do mundo, muitas vezes parciais e extremadamente subjetivas. E, a meu ver ainda mais perigoso, você se autopolicia e se delimita restrições desde o início. A quebra, a ruptura desta pessoa indistinta: autor-e-personagem é indispensável. Porém, como disse e friso, não a ponto de ignorar-se o leitor, para também não se cair na armadilha de rejeitar-se todo processo de recepção da obra, e dela alijar-se o outro.


A propósito das dificuldades que a mulher, geralmente, enfrenta na sociedade quero saber se você sentiu, alguma vez, problemas em ser escritora-mulher.

Muitas vezes. Desde o início ouvi comentários de que “mulher não escrevia assim”. É que minha poesia não é do tipo que se espera de uma mulher ou que visa agradar a todos. É uma poesia que você sorri, mas logo depois fica séria e pergunta: estou sorrindo de quê?... Em geral a poesia feminina – com raras exceções que só confirmam a regra – ainda é uma poesia lírico-romântica, em que o universo da mulher é idealizado e localiza-se distante de sua realidade cotidiana. Diferentemente, eu falo das contradições do sistema, do autoritarismo que herdamos de nossos pais e que transmitimos às novas gerações, das repressões que muitas vezes nem nos conscientizamos delas, etc. Então, é perfeitamente compreensível que minha poesia tenha tido (e causado) problemas, até mesmo com as próprias mulheres, criadas mais para aceitar e perdoar sempre, do que para transformar suas próprias realidades caseiras ou o mundo “lá fora”. A mulher-sombra (“por trás de um grande homem há sempre uma grande mulher”) ainda é mais valorizada em uma sociedade patriarcal do que a mulher-revolucionária, que em geral é ridicularizada por esta própria sociedade, através da mídia.


Você se lembra de como ou quando descobriu que queria ser editora, sabendo que muitos(as) escritores(as) são criticados(as) pelo fato de pagarem a edição dos primeiros títulos?

Eu não quis nem quero ser editora, na verdade. Assim como nunca quis fazer performances poéticas. Porém, gosto tanto de trabalhar com literatura que acabei indo para o palco (que atualmente me diverte muito) e criando duas editoras: a Trote e a Blocos, a última com o Urhacy. Porém, de todas as atividades periféricas da minha profissão, a de editora de livros foi, infelizmente, a que mais me decepcionou. O ego, a vaidade, a soberba, a presunção, a prepotência, a onisciência e o complexo de superioridade da maior parte dos escritores me incomodam muito. Daí, eu e Urha resolvemos paralisar as atividades gráfico-editoriais da Blocos, ficando “só” com o portal (que é um projeto ideológico bastante caro, mesmo tendo o apoio inestimável do Bradesco). Quanto ao autofinanciamento é assunto que me interessa muito, sempre: tudo é pago (até o simples ato de andar a pé exige a compra de roupas e sapatos, e paga-se a pavimentação das ruas...). Só a poesia precisa ser financiada. Ainda bem que Bandeira, Rimbaud e tantos outros não tiveram pruridos em pagar suas obras, pois corríamos o risco de não conhecê-los hoje . Os poetas estrangeiros têm orgulho em financiar seus livros, eles fazem uma avaliação exata de cada fase desse processo: da criação à comercialização de sua obra, e não se iludem: em uma sociedade de consumo, a própria cultura tornou-se um bem cultural e o que não tiver valor monetário é desvalorizado. Vive de fantasia o autor que acredita que sua fama cairá dos céus e que alguma grande editora o descobrirá entre milhões de outros e o transformará em best-seller da noite para o dia, mesmo que ele tenha qualidades para isso. Como costumo repetir sempre, porém, o escritor em nosso país (principalmente o poeta) está mais para intrigas da corte do que para estratégias de marketing. Preferem ser vítimas da “sorte”, e, dentro de seu anonimato e amadorismo, continuam sonhando com a fama inatingível... Não raro encaram a literatura como “status” ou se servem dela apenas como prestígio pessoal, esvaziando-a, tornando-a apenas um exercício estéril e, pior ainda, um novo instrumento de poder.


Poesia e prosa. Em qual você se sente mais à vontade?

Poesia é minha menina-dos-olhos; mas é a prosa que me sustenta. Então, sem uma delas, não sei se morreria primeiro de falta de ar ou de inanição... rss...


Por que você escreve?

Creio que, de repente, é por uma reação bioquímica – para a formação, desenvolvimento e renovação das estruturas celulares... (risos). Ou seja: tenho a impressão de que escrevo para metabolizar a vida.



GRAÇA GRAÚNA é Escritora, Educadora em Direitos Humanos, Professora universitária e Pesquisadora de literaturas de língua portuguesa.


JAQUELINE SAMPAIO é contadora de histórias e professora de literatura; pesquisa e desenvolve projetos de formação de leitores, ministrando diversos cursos na área literária; participa ativamente de congressos na área de leitura e presta assessoria na área para editoras e escolas por todo o país.

19 FEIRA DO LIVRO DE GUAÍBA RS/2008
ESCRITORA NO EVENTO NA BANCA DO MOVIMENTO PRÓ-CULTURA

terça-feira, 13 de maio de 2008

LIVRO REÚNE TRABALHOS LIETRÁRIOS DE ESCRITORES URUGUAIANENSES

Livro reúne trabalhos literários de escritores uruguaianenses
Publicado em 16/11/2006
O livro “Causos e versos nos confins do Continente de São Pedro” teve seu lançamento na última terça-feira (14/11), às 20h, nos salões da Secretaria de Cultura, Juventude e Esportes. A obra, uma iniciativa da Prefeitura Municipal, reúne contos, crônicas e poesias de 31 autores uruguaianenses, e foi organizada pela escritora e Presidente da Academia de Letras de Uruguaiana, Vera Ione Molina. O evento contou com a participação do Prefeito Municipal, José Francisco Sanchotene Felice, do Presidente da Câmara Municipal, Vereador Rogério de Moraes, do Secretário de Cultura, Miguel Augusto Ramos, e demais autores da obra literária.Segundo Vera, “Uruguaiana tem sua cultura própria. Herdou a literatura de fronteira”. A escritora conta que a cidade é conhecida como a “Terra dos Escritores”, pois congrega os principais nomes da Literatura Gaúcha, como Gonçalves Viana e Luiz de Miranda. “Vivemos tão isolados do resto do estado, que o título escolhido foi uma maneira poética de retratar essa distância”, comentou a acadêmica.O exemplar custa R$ 10 (dez reais), e pode ser adquirido na Secretaria de Cultura. O valor arrecadado com a venda dos livros será destinado ao Projeto CEU (Coral Estudantil de Uruguaiana), que é um conjunto vocal e instrumental, formado por meninos e meninas de sete a doze anos, em situação de risco social, necessariamente matriculados em escolas públicas do município.

ELISA BIAGENI ARTISTA ITALIANA

revista de cultura # 33 - fortaleza, são paulo - março de 2003

Elisa Biagini: a poesia italiana do corpo e dos objetos vivos (entrevista)
Prisca Agustoni
.
Elisa Biagini nasceu em Florência (Itália) em 1970, onde se formou em História da Arte Contemporânea. Logo mudou para os Estados Unidos com o objetivo de preparar um doutorado em Literatura Italiana Contemporânea, e onde trabalhou como professora em diferentes universidades. Seus poemas têm sido publicados nas mais importantes revistas literárias italianas e americanas (já que ela escreve em italiano e em inglês). Elisa Biagini publicou dois livros de poemas, que são Questi nodi (1993) e Uova (1999), este último em versão bilíngüe italiano/inglês. Além disso, ela é tradutora da poesia de Sharon Olds e de Alicia Ostriker para os leitores italianos. Desde que li pela primeira vez a sua poesia, percebi nela uma voz completamente outra surgindo no panorama da lírica italiana contemporânea. A poesia de Elisa Biagini apresenta um estranhamento rítmico e temático não comum ao universo de Dante e de Montale (de cujo estranhamento a crítica italiana ainda não sabe falar), que fazem dessa poética uma tentadora porta entreaberta. E desde aquela primeira leitura fiquei fascinada, algo perturbada, não conseguindo enxergar com clareza além dessa abertura. Depois de diversas tentativas, logrei entrar em contato com Elisa Biagini, e dos nossos diálogos via internet nasceu a idéia dessa entrevista para os leitores da Agulha. [P. A.]
PA - Elisa, a poesia do seu primeiro livro, Questi nodi, publicado no 1993, foi definida pela crítica como “forte, dura, decidida, quase impiedosa”. Crítica e leitores ficaram encantados, prisioneiros entre as tramas do “mais negro desencanto”. Desde qual particular leitura da realidade e do mundo contemporâneo nasce essa poética que prende os leitores entre as transparências duma teia?
EB - O primeiro livro reunia textos muito diferentes: agora vejo aquela minha voz como já portadora das sementes que logo desabrocharam, mas ainda insegura em qual terra plantá-las. O negro desencanto do qual fala Mariella Bettarini já estava presente (Questi nodi reúne poemas escritos entre 18 e 23 anos): é uma leitura do mundo de alguém que observa em silêncio há anos, que desenvolveu um estranho sentido do humor, retorcido mas denso, que ainda tem paixões e obsessões da infância mas que ao mesmo tempo é ativo numa realidade na qual não se reconhece muito, mas que faz com que se apaixone e se enraiveça.
PA - Se poderia dizer - lendo o comentário publicado na revista Atelier (1999) que o “realismo interior” o “total” da sua poesia percorre o caminho contrário da ascese fenomenológica, ou seja, a sua poesia, ao invés de elevar-se a partir das coisas até chegar à esfera das idéias e das profundezas da alma humana, “desce” do abstrato (emoções, lembranças, sensações, movimentos da consciência) para se incarnar nas coisas e formar assim um concentrado de objetos, “coisas” que acumulam espaço e poeria em casa. O que provoca esse caminho poético igualmente chamado de “expressionista”?
EB - Só posso falar daquilo que conheço: os objetos que me cercam (e que me atormentam com a sua presença), o meu corpo, a minha família. Todos elementos que amo e odeio mas que são tão parte de mim e imprescindível tramite para a relação com o outro. A comida, por exemplo, é a língua entre mim e a minha avó, a protagonista do L’ospite, o reconhecer (ou não) a mim mesma no corpo dela, a sua obsessão pelos objetos que se tornam densos dela, e por isso, ameaçadores. Os objetos chegam a conter partes do corpo humano, as pessoas a viverem dentro do objeto: o que me sobrará dela depois da sua morte. Objetos vivos, pois, que produzem poeira, líquidos, que te observam. E partes do corpo que quase têm vida própria, histórias individuais que querem ser contadas, como na nova série, La sorpresa nell’uovo, que tem como protagonista o fazer-se de Elisa no ventre materno.
PA - Está de acordo com a afirmação de que a sua poesia representa um “retorno expressionista”?
EB - Não acho que a minha poesia seja expressionista, pois essa palavra tem uma conotação histórica bem específica. Agora a condição é bem diferente : com certeza gosto muito do Benn, mas li a sua Morgue (bem superior!) depois de ter escrito a minha, na qual a luz é muito mais fria e metálica.
PA - Por um lado, tenho a impressão de que a sua poesia reflete muito bem o estado de ânimo da nossa época globalizada, caracterizada pela informação virtual, por um tempo que nos deixa sempre menos tempo para viver e que o homem intenta dominar com a ilusão tecnológica, sem conseguir sair desse círculo vicioso. A sua poesia e-mother é um pouco o espelho desse mal- estar do século XXI. No entanto, a sua poesia não apresenta as marcas de um esvaziamento total do sujeito ; ao contrário, afirma um eu-que-sente, atribuindo assim um perfil forte e quase cínico (pois é muito realista) ao sujeito contemporâneo. Neste sentido, a sua poesia se aproxima à tradição dos poetas do mal être, desde Baudelaire, Trakl, Sylvia Plath, passando por Sbarbaro até Sharon Olds, e ao mesmo tempo está ancorada à nossa época de fim de milénio, com a sua angústia ontologica. Você concorda com essas considerações?
EB - Ó, sim, o sujeito-Elisa está sempre muito presente, talvez até demais, com suas histórias e obsessões… Uma grande influência sobre a minha poesia vem das artes visuais e da antropologia. As primeiras são entre os meios mais eficazes de análise de um momento histórico, as mais diretas. É a elas que devo o meu proceder por imagens, mas também a forte presença dos objetos-sujeitos, muitas vezes impiedosos. Andando pelas galerias encontro o meu mal-estar expresso com outra linguagem, e o encontro é sempre muito proveitoso.
PA - Neste sentido, o quê representa para você o ato da criação? É um pretexto para não se afogar, como diz esse verso seu: “o escrever outro /me salvou até agora,/não revelou/ a aspereza dessa linguagem/ a conta das melhores folhas”? De acordo com esse poema, a poesia é uma imperfeição “que segue o anjo”, que se encontra entre a natureza e o espírito.
EB - Escrever é conhecer-me e conhecer o mundo. Não sei se a poesia salva a vida… sei que quando escrevo um bom poema, experimento um prazer físico, intenso, único: consegui ver o fundo do meu estômago e contá-lo. Não acredito na ascese… claro, quando você consegue descrever verdadeiramente alguma coisa, você pode ver o verdadeiro rosto, o véu levantado… e é um instante cuja luz é muito intensa. Me interessam as revelações do cotidiano, a face ainda não vista de um objeto familiar…
PA - Você se sente perseguida por algum tema específico? Você tem perguntas obsessivas?
EB - Pode-se perceber, ordenando cronologicamente os meus livros, como o corpo se distingue como obsessão, mas também a relação com o outro, que é um familiar próximo, alguém com quem tenho uma relação complexa e opressora. A poesia e-mother já citata talvez não pareça, mas eu a considero cheia de gratidão, assim como os poemas para meu ex-namorado ou para meu marido que, aos meus olhos (e ainda bem que aos dele também!), são poemas de amor, de abertura para eles de uma porta no meu mundo onde eles têm um papel tão importante, mas que aos olhos dos outros pareceram estranhos e frios! Não me obsessiona a métrica mas sim a língua: usar um italiano direto e cotidiano, sem afetações ou citações que muitos dos meus colegas italianos gostam demais. Uma língua e uma poesia que falem do mundo e não de si mesmas.
PA - Você poderia nos falar da leitura de livros que a marcaram de alguma maneira? Você sentiu (ou sente) ecoar na sua voz poética outras vozes poéticas? Se isso é o caso, você as sentiu (ou as sente) como influências literárias ou como intrusões não previstas?
EB - Pergunta difícil! Falava anteriormente da arte e então cito os inumeráveis catálogos das obras de Goya, Lorenzetti, Kiki Smith, Klee, Richard Long e muitos outros artistas. E também as novelas desde Jane Austen até Murakami, muitos americanos e ensaios de política e sociologia. As quatro pedras angulares da minha casa poética foram Montale, Rilke, Dickinson e Plath. Depois acrescentei outros, desde Celan até Sexton passando pelas poetas americanas contemporâneas e Dante… Mas se de repente tivesse que dizer o nome de dois autores com os quais melhor dialogo, que sinto irmãos, diria Dickinson e Kafka.
PA - E na Itália?
EB - Pelo que diz respeito à tradição italiana, além dos clássicos como Guittoni e depois Dante e Leopardi, sinto uma grande dívida com os versos de Montale, que li e amei aos 16 anos. Depois dele vieram Sereni e Caproni, e logo Porta e mais recentemente Cattafi, poetas afastados do meu modo de escrever mas que têm uma grande intensidade. Com respeito aos vivos, apenas posso citar um nome: o Magrelli de Ora serrata retina. Em realidade, não me sinto parte da tradição do meu país seja pelos temas que trato seja pela língua que escolho.
PA - Você concorda com o que foi escrito pela crítica italiana a respeito de sua poesia, ou seja, que ela se encaixa na tradição poética da Itália como um canto negado, cujo ritmo lembra o soluço ou o sobressalto, mas que tende sempre ao canto como seu limite inatingível?
EB - A palavra “canto negado” me faz sentir morta, silenciada… vejo meus textos como ferozes, lúcidos, nunca “bonitinhos”, mas nem por isso silenciosos, resignados… do contrário, acho que pararia de escrever… essa dureza é linda, é brilhante na sua verdade.
PA - Elisa, você poderia falar um pouco a respeito da sua experiência nos Estados Unidos… em que medida a sua poesia mudou (se é que mudou) ao se relacionar com a língua inglesa? Como você lida com a duplicidade do processo criativo, ou seja, em italiano e em inglês? Existem razões especiais para você escolher escrever também em inglês? E essa possibilidade de escrever em dois idiomas lhe permitiu manobrar uma diversidade de vozes ou marcar um aprofundamento da mesma voz, da mesma sensibilidade?
EB - Vivi 5 anos nos Estados Unidos e acredito que aprendi muito dessa experiência do ponto de vista profissional e humano: cresci muito como poeta e encontrei livros e pessoas muito importantes. Comecei a escrever em inglês apenas depois do primeiro ano: me sentia muito tímida e eu mesma não podia acreditar que estava criando em outro idioma! Mas foi bastante natural: vivia com americanos e dava aulas para americanos, era a língua que usava primeiro de manhã, com a qual comunicava meus sentimentos, a língua com a qual muitas vezes sonhava, como não podia se tornar também a língua da minha poesia? Durante a minha permanência nos Estados Unidos tive a sorte de freqüentar aulas de escritura criativa na universidade onde trabalhava, que muito me enriqueceram porque eu já vinha com uma linguagem pessoal, um discurso meu. Os temas a mim caros tomaram outra voz, um novo estilo mais narrativo… Foi uma aventura muito emocionante (até escrevi uma sextina!). Os poemas escolheram sozinhos nascer em inglês ou em italiano, sem nenhum constrangimento: a voz é a mesma pois segui de qualquer forma o meu discurso já iniciado em italiano. Depois de ter reunido alguns textos, os enviei para diferentes revistas literárias e assim comecei a publicar, de modo também muito natural. O escrever em inglês me vem muito mais naturalmente se vivo e respiro o inglês cotidianamente. Este ano, por exemplo, que vivo e dou aulas de novo na Itália, parece pouco natural, forçado.
PA - Existe uma referência implícita à poeta italiana Amelia Rosselli (que também escreveu em italiano e em inglês) no seu livro SONNO/SLEEP (título de um livro bilingue da Rosselli e também título de um livro seu)?
EB - Não há uma referência direta: aprecio muito o trabalho da Rosselli, cuja voz atormentada percebo porém como muito diferente da minha.
PA - Pode-se individuar uma voz feminina na sua poesia? E de que tipo de mulher?
EB - Gosto dessa pergunta: deveria ter me perguntado isso faz tempo! Sempre existem duas mulheres: um você que representa uma mulher de uma outra geração e cultura mas que, ao mesmo tempo, apresenta os aspectos mais obsessivos e inquietantes do eu, e uma eu-mulher cheia de curiosidade, brincalhona e agitada, irônica mas realista, sempre em contato com o seu lado infantil.
PA - Elisa, você também é tradutora, tendo traduzido em italiano o livro Satã diz da americana Sharon Olds. O que representa para você a tradução: um diálogo, uma recriação ou uma “falsificação”?
EB - A tradução é um ato de humildade e de carinho: escolhem-se autores que se amam e também por isso é preciso respeitar a sua voz, e não querer impor a nossa. Trata-se de um trabalho cansativo mas útil para aprender essa humildade, para extrair-nos do nosso egocentrismo de poetas. Gosto de traduzir poetas desconhecidas na Itália com as quais nascem também boas amizades e colaborações (como no caso da Ostriker). Gostaria de encontrar um editor para os poemas da Clifton mas não é coisa fácil… publiquei uma seleção de textos dela na revista italiana Poesia mas a coisa morreu lá… Gostaria também de juntar (e acho que vou fazê-lo de qualquer maneira) uma antologia de poemas que tratam da doença do câncer, principalmente de mulheres poetas… poesia e doença, isso não é considerado um tema muito atrativo!
PA - Lendo uma página de Clarice Lispector, encontro essa frase que me faz pensar na importância da materialidade expressa pela sua poesia: “Nunca nasci, nunca vivi: mas eu me lembro, e a lembrança é em carne e osso”. Você se encontra na contradição manifestada por Clarice Lispector?
EB - Como é grande a Lispector… gosto muito… e essa frase é maravilhosa… esse sentir-se espectador, sempre dentro e fora ao mesmo tempo… se adapta bem ao meu livro L’ospite, a história da minha avó e da sua vida, avó que está em mim com as suas lembranças.
PA - Quais são os seus projetos literários para o futuro?
EB - Com certeza terminar a série sobre Elisa-feto… e depois trabalhar, após a linda experiência sobre Chapeuzinho Vermelho, sobre Gretel. E depois acho que será a vez de Lilith… quem sabe…
Prisca Agustoni (Suíça, 1975). Poeta e tradutora. Publicou Sorelle di fieno (2002). Contato: bilbeli@hotmail.com. Página ilustrada com obras do artista Enrique Lechuga (México).
retorno à capa desta edição

índice geral

triplov.agulha

jornal de poesia

domingo, 11 de maio de 2008

ESCRITOR WALTER GALVANI


Domingo, 11 de Maio de 2008
Escritor e jornalista brasileiro, nascido em 1934 em Canoas (RS) tem 51 anos de carreira como jornalista e 35 como escritor. Está em seu 10. livro: Crônica, o vôo da palavra . Seu livro mais premiado é até agora "Nau Capitânia" Walter Galvani, cujo sobrenome se completa com "da Silveira", o que denota um costado açoriano em suas raízes, tem também ascendentes alemães (Henemann), italianos (Galvani), indígenas (Santos), resultado da sua mestiçagem, tipicamente brasileira. Nasceu em Canoas, 1934, então modesta cidade da região metropolitana de Porto Alegre, capital e centro regional de comércio, indústria e prestação de serviços do estado do Rio Grande do Sul, extremo sul do Brasil. Canoas hoje tem mais de 300 mil habitantes e é um grande pólo industrial e comercial.
Foi aluno do Centro Educacional La Salle, em sua terra natal, onde fez seus estudos básicos e deu os primeiros passos na carreira jornalística, atuando no órgão interno "Ecos de São Luiz", sob a égide do Irmão Henrique Justo.. Ali mesmo fez curso de Artes Gráficas e mais tarde, em Canoas, iniciou sua carreira jornalística, no jornal "Expressão", em setembro de 1954.
Sua formação é de autodidata mas tem vários cursos de aperfeiçoamento em jornalismo e em línguas, como espanhol, italiano e inglês.
Em fevereiro de 1955 transferia-se para a redação do "Correio do Povo", então o maior jornal do Rio Grande do Sul, iniciando sua atividade na seção de Esportes, setor em que permaneceu por doze anos, saltando em 1958 para a redação da "Folha da Tarde".
Desde então percorreu todos os postos imagináveis numa redação de jornal, passando a atuar também no rádio, na Rádio Guaíba AM de Porto Alegre, a partir de 1960.
Teve várias seções especiais na Imprensa: "Sua Alteza o Esporte", na Folha da Tarde; "Preto no Branco", sobre atividade social, cultural e promocional no mesmo jornal e "Área Verde", seção pioneira para tratar de ecologia e defesa dos interesses comunitários., encerrada num gesto insólito de violência da censura exercida na própria redação da "Folha da Tarde".
Foi o iniciador do projeto de aproveitamento de jovens jornalistas, através do Estágio Profissional, a partir de 1966, na Cia. Jornalística Caldas Júnior e que redundou em grande sucesso com aproveitamento de 46% dos estudantes de jornalismo dos cursos de comunicação de Porto Alegre.
Ao longo deste mais de meio século de carreira, exerceu sua atividade nos seguintes veículos: Expressão, Correio do Povo, Folha da Tarde, Folha Esportiva, Folha da Manhã, O Momento, O Timoneiro, Jornal da Semana, Revista do Globo, revista "Rua Grande" de São Leopoldo, Jornal da Semana, rádios Pampa (1986) e Guaíba (de volta em 1991) e jornais Diário de Canoas, ABC DOMINGO, colaborando ainda com outros jornais do interior, como "A Razão" de Santa Maria, "Diário Popular" de Pelotas e revistas como "Porto&Vírgula" (Porto Alegre), "Tópicos" (Berlim, Alemanha) e Cadernos de Literatura da AJURIS (Associação dos Juízes do Rio Grande do Sul).
Foi repórter, redator, subchefe de reportagem, chefe de reportagem, subsecretário e secretário de redação, e finalmente diretor de redação, nesse caso, no jornal "Folha da Tarde" de 1981 a 1984. Hoje é colunista de diversos veículos.
Durante três anos (1972 a 1975) editou a revista "Signo Comunicação", dedicada a temas da área de comunicação social, com redação em Porto Alegre.
Viajou meio mundo a serviço da atividade jornalística, incluindo-se aí Italia, Espanha, Portugal, Inglaterra, França, Alemanha, Suécia, Estados Unidos, Senegal. Uruguai, Paraguai, Chile, Argentina, Holanda, Dinamarca, entre outros.
Durante o ano de 1998 dedicou-se à investigação histórica em Portugal, junto às fontes primárias, de temas relativos ao descobrimento do Brasil e que valeram a informação e a experiência para escrever "Nau Capitânia", a primeira biografia de Pedro Álvares Cabral em 500 anos de história, conforme registrou o jornal "O Estado de São Paulo".
Sua carreira garantiu-lhe inúmeros prêmios, honrarias e o reconhecimento da comunidade. Prêmio ARI de Jornalismo da categoria Crônicas (1968), Troféus Amigo do Livro, Amigo do Teatro, Destaque em Cultura e Jornalismo.
É Comendador da Ordem de Santos Dumont, conferida pelo Ministério da Aeronáutica (1983); tornou-se Comendador da Ordem de "El Leon de San Marco", Veneza (1987); sócio benemérito da Associação Riograndense de Imprensa (1992); no ano de 1999 foi eleito para a Cadeira 25 da Academia Riograndense de Letras; recebeu o título de "Cidadão Emérito de Porto Alegre", atribuído pela Câmara Municipal a 21 de março de 2000; recebeu o Prêmio Literário "Erico Verissimo", da Câmara Municipal de Porto Alegre (ano 2000); Prêmio Clio de História do Brasil para o livro "Nau Capitânia" em outubro de 2000; Prêmio Jônatas Serrano, da Academia Carioca de Letras e União Brasileira de Escritores, História ? para o livro "Nau Capitânia" (novembro de 2000); pelo livro "Nau Capitânia" recebeu o Prêmio "Casa de Las Américas" de Cuba, a 31 de janeiro de 2001; recebeu a "Medalha Cidade de Porto Alegre" a 26 de março de 2001.
Foi patrono da Feira do Livro nas cidades de Canoas (1994) , Guaíba (2000) e de Porto Alegre, em 2003, na 49a. Feira do Livro da capital gaúcha.
Publicou até aqui os seguintes livros: "Brasil por linhas tortas", duas edições, 1970 e 1971; "Informação ou... morte" (1972); "Andanças e Contradanças" (1974); "Um Século de Poder - Os bastidores da Caldas Júnior" (duas edições, 1994 e 1995); "Olha a Folha - amor, traição e morte de um jornal" (1996) e "Nau Capitânia - Pedro Álvares Cabral, como e com quem começamos" - cinco edições (Record, Rio de Janeiro, 1999 e subseqüentes) e uma edição em Portugal, Gradiva, ano 2000. "Anacoluto do princípio ao fim" (2003) Editora Record e "A Feira da Gente" (2004).
Tendo-se dedicado à pesquisa histórica com vários trabalhos em andamento tem apresentado artigos, comunicações e palestras em diversas oportunidades e eventos, como na 9ª Jornada de Literatura de Passo Fundo, onde falou sobre "leitores do futuro" (2001).
Participou de uma antologia de crônicas sobre Porto Alegre, premiada com o Prêmio Açorianos de 1994, denominada "A Cidade de Perfil" e de uma antologia "Brasil: receitas de criar e cozinhar", organizada por Patrícia Bins, edição da AGE Editora, 2001.
É considerado um dos maiores incentivadores da indústria turística no Rio Grande do Sul pelo seu trabalho permanente no setor e pelo que fez especialmente pela Região das Hortênsias, agrupando Gramado e Canela. Recebe o título de "Comendador das Hortênsias" pelo município de Gramado (2001).
Exerce ainda as funções de consultor para a área de Comunicação Social, tendo passado por grandes instituições e empresas como o Hospital Moinhos de Vento, Zivi-Hércules, Sindicato das Indústrias Mecânicas e Metalúrgicas de Canoas, Iriel Indústrias Elétricas e Urano Indústria de Balanças e Equipamentos Eletrônicos de Canoas.
Eventualmente tem colaborado com grandes órgãos de comunicação da imprensa mundial como o jornal "Clarín", de Buenos Aires, Argentina.

POETISA SONINHA FERRARESI


Soninha Ferraresi Porto [Cônsul - Porto Alegre-Z-SO-RS]
VocêPercorri teu corpo, desci ao inferno, subi ao céu, senti o universo...06/09/2006SoninhaPortoAzulEstou azul, a brilhar, pedaço de arco-írisA inspirar.março de 2006SoninhaPortoEncontrei o amor por acaso...Ah, eu vi o amor...Como é possível?Surgiu forte, imponente, De repente...Desfilou por entre mesas e rostos atônitos, Ah! Como é sedutor!A música rendeu-se e afinou acordes em maestria, Os copos brindaram em tintins.... O ar ficou leve, perfumado, Ele ali, no meio do bar em pura ousadia... Ah, eu vi o amor, Que coisa incrível!Embebedou-me com aquela euforia, Percebi corações aos pulos, Olhos extasiados e brilhantes procurando-se, As mãos que não se continham e entrelaçavam-se, Os sorrisos que não cabiam nas bocas...Os corpos se uniam, embalados pelo calor.... Os beijos... pareciam tão doces! Eram intermináveis...Ah, eu vi o amor... Parece inatingível, Mas estava ali, em plena festa, Mostrando-se...Dizendo: - eu existo! Ah, eu vi o amor, Sua beleza a esparramar-se,É um cortejador, Convida-nos às suas artes, Parece um beija-flor... 13.07.2006.. SoninhaPortobiografia: Sônia Maria Ferraresi, poetisa gaúcha, conhecida como Soninha Porto, nasceu em Cruz Alta, no interior do Rio Grande do Sul, terra de Érico Veríssimo.Mora em Porto Alegre, desde os 4 anos de idade, três filhos, feliz. Escolheu o pseudônimo como homenagem a cidade em que mora. Considera-se apenas aprendiz de poeta e cita para justificar-se: '... eu só escrevo quando eu quero, eu sou uma amadora e faço questão de continuar a ser amadora. Profissional é aquele que tem uma obrigação consigo mesmo de escrever, ou então em relação ao outro. Agora, eu faço questão de não ser profissional, para manter minha liberdade'. Clarice Lispector somasan@hotmail.com

ESCRITOR JOAQUIM MONCKS


Oficial PM, na reserva. Advogado. Professor de Criminologia, Ciência e Direito Penitenciário, Direito Processual Penal Militar e Segurança Empresarial. Ativista Cultural. Agente Literário. Poeta. Declamador. Conferencista. Ensaísta. Analista literário. Jurado em certames literários, em festivais nativistas e eventos de poesia e música popular.Nascido em Pelotas, em 29 de setembro de 1946. Deputado constituinte à Assembléia Legislativa do Estado, em 1989, presidiu a Comissão Temática de Educação, Desporto, Ciência, Tecnologia e Turismo, ajudando a forjar a carta constitucional do Rio Grande do Sul, pioneira em muitos aspectos, principalmente nas áreas da Educação e da Cultura.Como deputado, é autor, dentre vários outros, de três importantes projetos, todos transformados em lei: o das PILCHAS GAÚCHAS, que oficializou a indumentária tradicional do homem e da mulher gaúcha, em respeito à ancestralidade e à tradição agro-pastorial do RS, como traje preferencial e de honra no território do Estado (1989); o que institui o 20 de novembro, dia da morte de Zumbi, o líder negro dos Palmares, como o DIA ESTADUAL DA CONSCIÊNCIA NEGRA, em homenagem à negritude rio-grandense (pela primeira vez um líder político, no Brasil, lograva pedir desculpas pela escravidão imposta aos negros). Por fim, aquele que institui o dia 04 de Dezembro como o DIA DO ARTISTA REGIONALISTA E DO POETA REPENTISTA GAÚCHO (1989). De 1973 até 2005, entregou ao público sete livros individuais, no gênero Poesia: ENSAIO LIVRE (plaqueta), 1973; FORÇA CENTRÍFUGA, 1979; ITINERÁRIO(?), 1983; O EU APRISIONADO, 1986; O SÓTÃO DO MISTÉRIO, 1992; O POÇO DAS ALMAS, 2000, e OVO DE COLOMBO, 2005.A existência do Recanto das Letras - Sítio para Escritores o tem estimulado a publicar crônicas, contos, prosas poéticas, artigos, ensaios e mensagens onde perpassam o fogo poético e a tentativa estética da contemporaneidade formal, mormente em poesia universalista. Trabalha, desde novembro de 2004, nos originais de BULA DE REMÉDIO, poesia universalista. Previsão de publicação para 2008.A partir de março de 2006, está dedicado à confecção e maturação de um livro de prosa poética, cartas, ensaios, contos e crônicas, com o título provisório de CONFESSIONÁRIO - Diálogos entre a Prosa e a Poesia. Pretende publicá-lo em 2008.Também está recolhendo material para o livro de poemas regionalistas DE QUANDO O CORAÇÃO ABRE A CORDEONA, iniciado em 1978, quando tinha intensa participação nos movimentos tradicionalista e nativista do RS. Nessa época, 1982/87, integrou o Conselho de Cultura do Movimento Tradicionalista Gaúcho - MTG, órgão informal de política cultural com forte atuação durante os três mandatos do presidente Zeno Dias Chaves, que, nas novas administrações do MTG, perdeu força e desapareceu.Em 1995, iniciara a coleta de textos para o livro OS MENESTRÉIS ESTÃO VIVOS, em que também predomina a prosa poética. Vice-presidente da Academia Sul-Brasileira de Letras, em Pelotas. Pertence à Academia Maçônica Internacional de Letras - AMIL, cuja sede brasileira está situada em São Paulo. Da Academia Literária Gaúcha, do Partenon Literário, da Casa do Poeta Riograndense e da Estância da Poesia Crioula, todas sediadas em Porto Alegre, onde reside. Idealizador, fundador e primeiro presidente da Academia Brigadiana de História, Artes, Ciências e Letras – ABRHACEL, que congrega os intelectuais da Brigada Militar (PM) do Estado do RS. Em outubro de 2003, assumiu a Coordenação das Casas de Poetas do Brasil–POEBRAS NACIONAL, entidade líder do associativismo literário no país, que conta, desde janeiro de 2008, com 71 sedes municipais em 19 estados-membros da Federação. Editou, até agosto de 2005, o Suplemento Literário OFFICINARIUM – AMOR & INCLUSÃO SOCIAL, no Jornal RS LETRAS, de Porto Alegre/RS. Por ora, a publicação está suspensa, por não ser auto-sustentável.Integra o Grupo dos Quinze Renascidos, que publica a Revista CAOSÓTICA, atualmente no número 11, em Porto Alegre, com tiragem de 1.000 exemplares e circulação nacional.

ESCRITOR PAULO MONTI



Brazil
Paulo Monti é natural de Itaqui-RS e reside em Porto Alegre, RS.Participou, há alguns anos atrás, de concursos nacionais, como o Prêmio Nestlé de Literatura, de jornadas de poesia no Centro de Ensino Unificado de Brasília (CEUB) e tantos outros. Participou, também, de concursos no "Centro de Estudios Poéticos", Madrid - EspanhaObteve Menção Honrosa no "Concurso Internacional de Poesia Livre "Sol Vermelho" - Prêmio Celito Medeiros 2004", vindo a participar da antologia impressa promovida pelo concurso. Também participa da "Antologia de Poetas Brasileiros Contemporâneos 12", da Câmara Brasileira de Jovens Escritores, primeira edição, novembro de 2004. Menção honrosa no Concurso Poético do Jornal Expresso das Letras, em dezembro 2005. Editor e Diretor da Revista Literária Paralelo 30, em: http://geocities.yahoo.com.br/paralelo_30/index.htmSócio de: Casa do Poeta Rio-Grandense - http://casadopoeta.iespana.es/index.htm

ESCRITORA MARINÊS BONACINA



Escritora MARINÊS BONACINA
Profissional de Comunicação,Presidente da CAPOLAT, Ativista Cultural. Poeta, Radialista. Acadêmica, cadeira 39 do patrono Jornalista Mendes Ribeiro, em 22/11/03, pela Academia de Artes, Ciências e Letras “Castro Alves”. Acadêmica, pela ALMURS - Academia de Letras dos Municípios do Rio Grande do Sul, em 25/11/04. Consulesa de "Poetas del Mundo" em Porto Alegre - Z-ENE.Exerceu o cargo de Vice-Presidente e Diretora de Imprensa da AJEB – Associação de Jornalistas e Escritoras do Brasil Gestão/04/06. CAPORI – Casa do Poeta Riograndense. Jurada de vários eventos culturais. Participação em 20 Antologias e Coletâneas, de POA e RGS. Detém vários prêmios literários, entre eles, Medalha Cultural Brasil 500 anos / Brasília-DF. /99. Medalha Mario Quintana de Literatua Medalha de Ativismo Cultural/03. Medalha Nelson Fachinelli/06. Troféu Prata da Casa do Poeta.* Somente serão aceitos tópicos com afinidade com a comunidade, outros serão deletados.Criada por: WITALLO GUIMARÃES SOUZA

140 ANOS SOC.PARTENON LITERÁRIO



140 ANOS Soc.PartenonLiterário
140 ANOS Soc.PartenonLiterário
descrição:
A SOCIEDADE PARTENON LITERÁRIO é uma associação literária e cultural sem fins lucrativos declarada de Utilidade Pública pela Lei Municipal n° 9.808, de 26 de julho de 2005.Com 139 anos completados em 18.06.2007 é atuante no âmbito da primazia da literatura nos séculos XIX, XX e XXI. Foi criada em 1868, extinta por reunião realizada em 1899, seus bens foram doados para a Santa Casa de Misericórdia em 1925, e re-fundada em 19 de julho de 1997, a Sociedade Partenon Literário mantém em (...) através do prestígio, desenvolvimento e valorização de escritores, poetas, artistas e pensadores.Apresenta a produção de palestras em (...) escolas públicas e privadas, na capital e no interior, além de saraus, tertúlias e encontros de confraternização. Com as obras literárias de sócios e não-sócios produz livros, parte dos quais são distribuídos a escolas e bibliotecas.Criada em 24 de junho de 2007.http://site.pop.com.br/nadir2003 nadirpartenonliterario

ESCRITOR LUIS CORONEL


Luiz Coronel

Principalmente, nasci em Bagé (Sempre Drummond).* Talvez antes da alfabetização já me sentisse escritor.* A poesia é minha maneira de sentir e depor sobre a vida,seus sonhos e pesadelos, a paixão e as despedidas.(Sou PHD,em matéria de adeus).* Tenho 39 livros escritos e editados. Na prosa, a Comédia Gaúcha, com seus três volumes reunindo 159 causos e estórias do anedotário sulino. Eis o "Cavalo Verde", "Cachorro Azul", "Gato Escarlate".* Na poesia os livros "Concerto de Cordas", "Querubim de Pantufas" e "Recreio da Segunda infância" organizam boa parte da produção literária.*Sinto, no entanto, que é na poesia regional, e aqui estão as letras da toadas e milongas como "Cordas de Espinho" e "Gaudêncio 7 Luas", compostas com Marco Aurélio Vasconcelos, definindo a parte mais pessoal do meu trabalho.* Publico poemas no jornal e declamo semanalmente na TV há bem mais de uma década.Ou seja, não estou engravidando gavetas.*Os Dicionários, (Quintana, Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, Machado de Assis), os projetos estátua da Elis e Mural Farroupilha revelam que não fiquei "com as imensas mãos abanando" (Vinicius) qual o senhor antes da Criação.* Na propaganda, consegui inseri a poesia, (Institucionais Zaffari) e tive a honra de criar as primeiras campanhas pela democratização do país.* Não bato palmas para mim mesmo, mas gosto desta parceria que tenho com meus sonhos.Isto faz de mim uma pessoa realizadora. Minha alegria de criar, hoje, é maior do que a ansiedade de eco. Há muito por fazer, editar, gravar, teatro, cinema, ensaios, tudo faz parte de meu contemplar o futuro.* Minha casa é uma avó de mini-saia, (antiga e renovada), sempre recebendo músicos e amigos. Cozinhar é um prazer generoso. De resto, é "manter um pessimismo crítico e um otimismo de vontade", como queria Granchi.
E-mail
Luizcoronel@agenciamatriz.com.br

A presença de Luiz Coronel no portal é um oferecimento de: