VIDA
Carmen Larangeira
Vida oh! Vida!
Linda às vezes triste
Eis a vida que desabrocha
Por entre a madrugada
Ora triste, ora alegre.
Contida pela dor
E com toda singeleza
Dos momentos transcorridos
A magia se repete.
Vida pura dos encantos
Buscadas com amor
Triste vida ceifada aos poucos
Sem pudor, sem mágoa.
Eis que surge no fundo
A pergunta que se perde
Vale tudo isso, só num momento
Que desperdício de momentos...
VIDAS PASSADAS
CARMEN LARANGEIRA
Vidas passadas
Finda uma etapa
O ciclo se fecha
E o fogo queima
O rastro permanece
Como marcas deixadas
Levadas pela brisa
De uma madrugada de dor!
Palavras, rastros, risos cores.
Sons que se repetem
E que se perdem.
Me perco, me acho.
Me encontro sempre
Caminhante.
OUTONO
Carmen Larangeira
As folhas caídas nas calçadas
Anunciando tempo de se recolher
Sentimentos e idéias
Paixões e desamores.
Outono dos invernos meus
Prenúncio de solidão
Ao contrário do verão.
Cinzas e cores até que se combinam.
Os pólos se atraem
No inverno as brasas acendem.
Como labaredas da paixão.
É o amor eterno sofredor.
Aguardar os raios de sol
Após madrugada orvalhada
Cinzenta como Londres
Eterna namorada das Europa.
NÉVOA DAS MADRUGADAS
Carmen Larangeira
Perdida no asfalto da vida
Me acho nos ônibus
Corredores da estrada
Pontilhadas com pedras.
Nas árvores do tempo
O aconchego do corpo
Desnudo de sentimentos
Como se pedra fosse.
Envolta na névoa da madrugada
Quantas mentes adormecidas
Acordam ao latido dos cães
Que ladram sua solidão.
Mas como tudo escapa
Como um suspiro ao léu
Quem sabe depois desta apatia
A madrugada adormece
Nos braços de um novo dia.
AS LETRAS
Carmen Larangeira
As letras todas elas juntas
Combinam coração com emoção
Como falar sem tocar a alma
Numa solidão que se divide
Ou quem sabe se multiplique
Nos braços da saudade
Presente somente nos dias meus.
Que fenece aos sons ao longe.
Quisera fugir, sei lá pra onde
Ou quem sabe no limite do inferno
Sobreviver aos tormentos da alma
Neste turbilhão que mata.
E voltar nas asas das nuvens.
Percorrer todas as distâncias
Provar todos os sabores
Por que dos dissabores
No amargo do sorriso
Perdi o sabor. Enfim, perdi a ilusão.
ESCADA DO TEMPO
Carmen Larangeira
Pelos bancos da praça
No caminho das flores
Percorrendo a escada do tempo
Ficou um aceno.
Na sombra do sorriso
O luar do olhar
No esplendor da madrugada
Um sorriso maroto.
Buscando nos rabiscos das manhãs
De sonhos e palavras soltas
Nas buscas das calçadas
Das mesas brancas, verdes, vermelhas.
Tanto faz, tilintar dos copos.
Se no encanto das vozes.
O sorriso permanece lá
Na fumaça que percorre estradas
Todas às pedras se encontram lá.
segunda-feira, 21 de abril de 2008
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