
Edinara Leão escreveu Minhas faces (1990), (a)mostragem (2000) Fragmentos e Quando sopram os trigais (2005) e Estética e transcendência em O estudante empírico, de Cecília Meireles (2007). Nasceu em 30 de outubro de 1968. Escreve desde os 12 anos, participa de mais de oitenta coletâneas. Possui doze troféus literários. Foi “Escritora do ano” três vezes em São Luiz Gonzaga. Mestra pela UPF e doutoranda em Estudos Literários pela UFSM. Reside em Santa Maria. É mãe de Mirela, Pablo, Pâmela e Pedro. Recebeu o 2º lugar no concurso “Com a palavra, os professores do Brasil”. Idealizou e coordena o Movimento virArte.
e-mail: edinaraleao@yahoo.com.br
blog: http://edinaraleao.blogspot.com/
site: http://br.geocities.com/ruidosdegarca
Caminhos de mim
A presença
que me inquieta o peito
é nesga de luz
diluída,
clareira partida,
canção abandonada
à volúpia íngreme do ar,
ácida bebida
a evaporar-se magia,
engano e tempo,
fumaça fluida
plantada nas têmporas do caos,
olhos de infância
lapidação,
dilaceração
maceração
e depuração
– lança!
caminhos de mim
já tão esquecida de voltar...
Edinara Lão
Santa Maria/RS
Garça
Edinara Leão
Silêncio e rio
crateras
e o vento venta
sombras da canção.
Rios de tábua
no sem mar
agrura e tapera
fogo e adeus.
O livro evapora
o sangue das águas.
Mãe-solidão.
Serpes vergam
a terra
e a brisa
sacode o ar.
- ânsia de mulher
Motivos ao relento
zombam e ferem
caminhos de desamados
versos em torpor.
Universos pela metade
giro dos astros
corpos celestes
montanha alada.
Desmetaforizada, a garça
atavia a terra
no perdido rastro
parto e sol(i)dão.
Precaução
perder tempo
comigo
é
perder-se
em mim,
(arriscas?)
As janelas são altas
e não há
porta.
Cosmogonia
Em uma noite,
minha cosmogonia.
o resto,
reiteração
opaca
(Vai-te,
então.)
Cercania
Falta espaço
falta espaç
falta
espaço
( – espaço!)
falta...
falta.
(não cabes
em meu hemisfério-ser,
deves partir...)
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